Hoje vamos explorar um bocadinho o tema relacionado com as mentiras das crianças e jovens que tantas vezes são um desafio para os pais.
Apesar da mentira ser normativa e fazer parte do desenvolvimento da criança, é preciso considerar a intensidade e a frequência com que acontecem.
Em crianças mais pequenas importa distinguir fantasia da mentira na medida em que, nestas idades é ainda difícil a distinção entre o real e o imaginário. A mentira pode não ser intencional nesta fase do desenvolvimento, por várias razões, porque ainda não adquiriram conceitos relacionados com valores sociais, pobre consciência das consequências da mentira, por acreditem nas suas mentiras ou mesmo pela dificuldade em resistir aos impulsos.
Já nos mais velhos, aproximadamente apartir dos 7 anos de idade, a mentira pode surgir como forma de evitar represálias, castigos, impressionar e/ou alcançar objetivos. Importa por isso não negligenciar estas situações e comunicar sobre elas.
Surge então a questão: Enquanto pais o que podemos fazer nestas situações?
Ajude a criança a perceber que a mentira não transforma o mal em bem;
Evite gritar ou chamar o seu filho de mentiroso e escute o que ele tem a dizer;
Transmita à criança que aquele é um espaço seguro para compartilhar ideias, vontades e pensamentos, livre de julgamentos;
Procure compreender os motivos que levaram à mentira, o contexto em que ocorreu e os desejos do seu filho, mesmo que não possam ser satisfeitos;
Explique as consequências da mentira mantendo um canal aberto de comunicação. Estimule-o a colocar-se no lugar de quem ouviu a mentira;
Permita, através de exemplos práticos, que a criança ou o jovem veja que as suas ações também atingem outras pessoas, para que dessa forma desenvolva a empatia;
Evite castigos quando ele diz a verdade e promova nesse momento a aprendizagem;
Reforce a importância do saber pedir desculpas e elogie quando o faz;
Pense em conjunto com a criança o que poderia ter dito e/ou que comportamento poderia ter tido, naquela situação, em vez de recorrer à mentira.
Importa ter em mente que os adultos que contactam com a criança são modelos, a família é o meio primordial e as crianças são excelentes observadores, por isso o primeiro passo enquanto modelos, é dado pelo adulto.
// Artigo escrito por Ana Clara Lopes, Psicóloga no Centro Clínico ADCA
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