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Writer's pictureCentro Clínico ADCA

Como posso aumentar a autoconfiança das minhas crianças?


A autoconfiança é uma caraterística essencial na vida de qualquer criança visto que se trata da competência para acreditar nas suas próprias capacidades para ser bem-sucedida e ao mesmo tempo, sentirem-se capazes de lidar com os contratempos e dificuldades que vão surgindo ao longo do percurso.

O desenvolvimento da autoconfiança começa na infância, advindo principalmente das nossas vivências em casa e na escola e sem dúvida das relações que estabelecemos. Começa desde, a ligação primária que se estabelece com a/o principal cuidador/a, na medida em que esta/e tem uma função de proteção e satisfaz as necessidades de contacto da criança.


Esta proximidade criada proporcionada à criança uma sensação de segurança, que remete para a crença de que uma figura de apoio e proteção estará acessível e disponível para ela, independentemente da sua idade. E dessa forma, se a criança construir uma base de segurança, então poderá confiar na disponibilidade da figura à qual se vinculou, explorar o mundo que a rodeia e crescer de forma mais adequada.



De que forma, podem as figuras envolventes da criança/jovem promover algumas competências de autoconfiança através da interação com elas?


  1. Ensinar a gerir emoções e respeitar/validar as emoções que estão a sentir: A validação emocional passa por auxiliar no processo de identificação do que estão a sentir, encorajar a enfrentar os seus medos/receios e demonstrar que estão para apoiar todo o processo;

  2. Encoraja-lo a fazer escolhas, a tomar decisões e ou tarefas difíceis. Para isto, é importante dar espaço para realizar, quando a criança pedir ajuda, ajude-a, mas não faça por ela. Estimule a capacidade dela para resolver os seus próprios assuntos, demonstrando disponibilidade para o apoiar no que for necessário;

  3. Corrigir em privado e elogiar em público;

  4. Apoia-los em novos desafios e experiências;

  5. Focar no processo e não apenas nos resultados: é óbvio que ter bons resultados resultam em reforço social e valorização pessoal e que isso nos faz sentir bem. No entanto, todo o processo de esforço, dedicação e trabalho são muitas vezes esquecidos, e é importante percebermos que o desenvolvimento da autoconfiança não têm a ver sempre com o sucesso obtido em tudo. Ou seja, é importante aceitarmos que no percurso há riscos de fracassar e ainda assim continuar a tentar.

  6. Permiti-lo falhar: ajudar a lidar com as frustrações, para que perceba que é natural que as coisas corram menos bem, que faz parte e que não desista. Ajude-a a perceber que mesmo que algo corra mal, está lá para ela;

  7. Definir objetivos e expetativas realistas e concretas : As regras e os limites do comportamento devem ser antecipadas e definidas de forma clara e objetiva. Assim como, as expectativas de que será sempre um filho com comportamentos exemplares, obediente com os adultos ou com boas notas. Da mesma forma que não há pais perfeitos, também não há filhos perfeitos.

  8. Dar-lhe afeto, suporte e segurança, isto porque experiência onde há espaço para os abraços, brincadeiras, elogios e afeto têm um efeito no desenvolvimento emocional e psicológicas das crianças e adolescentes. Permitir que a criança perceba que o ama, independentemente de ter comportamentos menos adequados, e dar a entender que o que desaprova é o comportamento e não o seu filho.


Finalizo com a partilha de alguns sinais a que devemos estar atentos, e que demonstram a baixa autoconfiança nas crianças. Estes sinais, podem passar por um grande sentimento de mal-estar que pode despoletar dificuldades escolares (ex: falta de concentração e dificuldades de aprendizagem), dificuldades nas relações interpessoais e na socialização e sintomas como alterações do sono, pesadelos, ansiedade, desinteresse, inibição e em que a tristeza e a angústia se combinam.


É importante acolher a criança em todo este processo e apoia-la com afeto para a auxiliar. Quando esta ajuda não é suficiente, existem profissionais que podem ajudar a criança e também os responsáveis da mesma neste processo, como é o caso dos psicólogos.



// Artigo escrito por Ana Rita Marinho, Psicóloga no Centro Clínico ADCA

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