Hoje falamos sobre a intolerância à frustração por ser um critério associado a inúmeras patologias e, por isso, estar muito presente nas crianças do mundo atual. Mas também, porque os miúdos estão de férias e, sobretudo nesta altura, pode existir uma maior tendência para quererem ser eles a dominar as suas ações e comportamentos.
De uma forma geral e resumida, a frustração é uma reação emocional que surge quando queremos alcançar um objetivo e há algo que nos impede essa ação. E tudo se complica ainda mais quando, devido ao não desenvolvimento da capacidade de frustrar, há uma grande distancia entre o -real e o ideal- e o -querer e o poder-.
A boa notícia é que podemos ensinar os mais pequenos a lidar com a frustração!
Com prática e dedicação consistentes, podemos diminuir a sua intensidade e ensinar a expressar o que sentem ou pensam de forma adequada. E quanto mais precocemente atuarmos melhores serão os resultados!
Então agora iremos abordar alguns cuidados a ter com a frustração na infância e na adolescência:
· Lembre-se de que a criança está a aprender a frustrar, pelo que não deve ficar totalmente sem soluções: deve dar-lhe espaço para que tente solucionar o que está ao seu alcance, e para o que está preparada, e ajudá-la sempre que verifique que ela se esforçou realmente e não conseguiu;
· Em idades precoces, alternar os momentos de frustração com momentos positivos e em que a criança se sinta capaz;
· Não deixar bebés a frustrar quando se percebe que estão a comunicar de forma positiva por exemplo quando o bebé atira um brinquedo para o chão e a seguir pede-o, como numa dinâmica de interação não verbal;
· Em situações de frustração, após a sua resolução, conversar com a criança ou adolescente sobre o que aconteceu, elogiando-o por ter conseguido lidar com a situação ou, se necessário, ajudando-o a perceber o que é e frustração e como pode lidar com ela;
· Não resolver tudo pela criança ou pelo adolescente com receio da sua reação perante a frustração “birra excessiva, uma reação agressiva”. É essencial criar a necessidade para que a competência se desenvolva. A segurança que os pais possam passar perante as situações difíceis, mas importantes para o desenvolvimento, é uma excelente ajuda.
E não se esqueça, saber frustrar faz parte do desenvolvimento e permite:
· Crescer;
· Aceitar;
· Desenvolver a tolerância, o autocontrolo e a resiliência;
· Construir a autoestima;
· Regular as emoções.
// Artigo escrito por Sara Carvalhais (Psicóloga)
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